Radiografia do Brasil no âmbito da comunicação política

Resumen

A Comunicação Política, enquanto área de investigação, se consolida no Brasil no período de redemocratização, tendo como ênfase a eleição de 1989, ainda que já houvesse alguns estudos anteriores. Tanto que, no início do século XXI, quando a comunicação política migrou rapidamente para ambientes digitais, pesquisadores brasileiros estavam preparados para os novos desafios que se apresentavam. Outra característica marcante da origem do campo de pesquisa em Comunicação Política no Brasil é o seu hibridismo. É fortemente marcado por pesquisadores tanto da Comunicação quanto da Ciência Política que, inclusive, mesclam suas trajetórias acadêmicas entre estas duas formações (Sarmento, Massuchin & Mendonça, 2021). Com foco na propaganda eleitoral e nos estudos sobre jornalismo político, a área ganha evidência em distintos espaços acadêmicos. Eventos tradicionais, como da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (ANPOCS) e da Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação (COMPÓS), abrigam grupos de trabalho específicos sobre o tema. Em 2006 também é criada a Associação Brasileira de Pesquisadores em Comunicação Política (COMPOLÍTICA), a partir da reunião de um grupo de pesquisadores que já mantinham interlocução nestes espaços. A partir dos anos 2000 também se consolidam distintos grupos de pesquisa – em diversas universidades brasileiras – que ajudam a ampliar o escopo das investigações, qualificar as pesquisas desenvolvidas e a fortalecer a área nos programas de pós-graduação (Alde, Chagas & Santos, 2013). A associação COMPOLÍTICA abriga um dos mais importantes periódicos científicos em comunicação política do Brasil.